Falemos de amor? Certo. Eu penso que o amor seja um verme. Sério! Vermezinho que na gente se aloja, que começa roendo aos poucos, da gente se alimentando. E a gente vai se acostumando a ter a alma comida, vai criando gosto pelo parasita... É porque no início a gente nem percebe que é um verme, saca? Só sente que o algo é novo e que te faz buscar mais, sempre mais alguma coisa. Coisa sim, e não é que eu esteja sendo genérica, meu bem. É coisa porque a gente só sente a sede, mas nem sabe de que é. A fome vai crescendo porque o verme está lá, a gente cuida dele, cria e não percebe que a força que ele vai desenvolvendo vem da gente mesmo. O nosso enfraquecimento é imperceptível até que pufo! O verme está lá grandão ocupando um espaço tremendo dentro da gente, e se a gente é boba e cai na besteira de alimentá-lo sozinha, meu chapa, o negócio complica. Aí se tem que escolher: ou eu ou ele. E sendo ele verme... É verme sim. Que amor o que! É verme. E pra verme a gente toma um expurgante pra expurgar logo tudo, só que os vermífugos para esses vermes costumam ter sua eficácia contestada, mas tentando-se tentando-se a gente consegue. Consegue sim, te digo. Ôxe... Acredite! Consegue porque depois que o verme sai fica vazio o espaçozão que era dele. A gente sente bem esse vazio... É nessa hora que a gente se pergunta qual estado era o pior, ou o menos ruim. Nunca vem resposta que preste. Fazer o que se amor de verdade é troço extinto? Jesus veio e tentou mostrar o amor que se deve sentir pelos humanos, vede o que aconteceu: só os cachorros aprenderam! Não ria! Foram só os cachorros mesmo! Eles sabem amar humanos muito mais que os próprios. Ah... Será? Herege? Eu? Eita... É melhor eu pedir perdão a Deus logo, né? Hahaha, Então é melhor eu começar a me desculpar pelo líquido, que não era de uva e nem tinto, que estava nesta garrafa aqui e que, por hora, está ajudando a encher o vazio... Sim... Mas não era sobre isso que falávamos... Sobre o que era mesmo? Vermes! Sim. Voltemos aos vermes.
Um comentário:
EXPURGO! Um belo expurgo!
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